sábado, dezembro 13, 2008

Jigsaw

ahhhh!

...seguro a lâmina como se de um espelho da alma se tratasse, a mesma que uso e reuso para podar pedaços de mim enquanto procuro o pedaço que falta dentro de mim mesmo.
Porém, por mais fundo que vá apenas a dor aumenta e nada deslumbro. É nos instantes em que o sangue pulsa como se fosse capaz de berrar, que eu percebo que me vou despedaçando em busca daquele pedaço que me falta. O que irá completar-me, tornar tudo óbvio , harmonioso e perfeito.

A dor regressa, acaba o suspiro, continuo incompleto e volto a despedaçar-me. E vou cortando, e vou sangrando, e vou morrendo, mas vou buscando... incompleto e humanamente miserável.

Incompleto!

domingo, janeiro 27, 2008

Carne Viva

O desejo de ser único, de ser uno, que me escorre pelo corpo, que se confunde com suor, com lágrimas, com sangue, com sentimentos... é ele que faz de mim presa neste jogo de predadores.


Todos nós somos predadores neste jogo, no entanto há sempre alguém que fura as nossas defesas disposto a despedaçar-nos... eu amo a adrenalina do jogo da mesma forma que me amo a mim mesmo, e há alturas em que amo até as presas...



É indescritível o mórbido prazer de controlar a caçada, de manipular e conquistar, de seduzir e devorar...

Sou selvagem. Tento esconde-lo à sombra do racional e sóbrio, no entanto como que um vampiro há um rugido dentro de mim que faz estremecer todo o meu ser.

Aqui não há moral nem divindades que nos possam valer, não há juízes nem leis, não há impossíveis nem amor, nem ódio. Apenas eu e tu. O tempo dança connosco e tolda-nos a sua percepção. A porta está sempre distante e sempre fechada, e a vontade de a abrir ficou do outro lado. Apenas há espaço para a união e para a consumação de mais uma queimadura na alma.

Essa mesmo, que vive permanentemente em "carne viva", assombrada e torturada, mas nunca, nunca arrependida.

A admiração por vezes arrebata-me, como podem as presas invadir e provocar? Deambular perto de mim com a ingenuidade de uma cria que se sente sempre protegida. E a maior ironia... por mim!

Por vezes há aquelas que mais não são do que belos necrofagos disfarçados, aguardando apenas um suspiro meu, para me arrancarem mais um pedaço deste meu cadáver em constante decomposição. Sei que não me matam, pois isso há muito começou e tem data marcada, no entanto tornam ainda mais selvagem e cruel este mundo em que habito.

Matam todas as fantasias de uma alternativa, como se fossem lobos num banquete. Destruindo qualquer possibilidade ou fuga que eu pudesse sequer equacionar.

Assim sou cada vez mais um vampiro, não de sangue, mas sim de vida. Um verdadeiro adicto de vida, sem controlo nenhum da situação, apenas controlando de forma exímia a arte de quem caça e é caçado.

Serás tu o meu predador ou serei eu o teu? Oxalá não seja apenas mais um. Anseio pelo golpe final em que tudo pára e eu deixo de ser miseravelmente humano.

Até lá sinto a alma em "carne viva".

sábado, junho 16, 2007

The Dark Art Of Love

O mergulho nas profundezas de mim mesmo revela surpresas e armadilhas que me fascinam tanto quanto me envenenam o espírito, mas não o corpo... para esse o veneno é outro, é um elixir de sangue, suor, lágrimas e a saliva de uma noite...

A questão da natureza do meu eu, não é sequer relevante, não me perturbam os dedos apontados ou julgamentos menores... essa incompreensão apenas me torna claro qual o caminho a seguir...



Existe algo no abismo de incrivelmente magnetizante, o pulsar cósmico que nos faz bombear o sangue e avançar lenta mas seguramente na sua direcção... a atracção pelo negro, pelo desconhecido, pelo calor, pela luxuria, pelo pecado... é incrivelmente romântica e sensual. Não o romantismo dos manuais, mas sim o romantismo da arte, o romantismo de viver e acima de tudo o romantismo da arte de viver...

... é esta energia que pulsa dentro de mim, a avidez de quem sabe os segundos escassos, que me impele na tua direcção... a ânsia de corromper, de amanhã ser recordado mas hoje desejado, é o comer e ser comido... vivo, antes que deixe de ser possível...

... os limites à muito foram esquecidos... não existe barreira senão a morte ou a falta de energia criativa, essa conhecida por imaginação...

... anseio por carne, pelo calor de um corpo, pelo toque, com a pressão de quem sente o momento como ultimo, desejo e sou desejado, perpetuo o instante num só segundo... e faço-o com mestria, repetidamente... "a arte negra de amar" não é mais que um acto egoísta e fútil... e isso faz todo o sentido para mim... acorda o sangue nas minhas veias, acelera o meu cérebro para velocidades inconcebíveis provocando assim a metamorfose do homem em predador... predador de amor... essa estranha palavra que há muito esquecemos o nome e cujo significado substituímos por algo muito mais confortável...

...não há no meu percurso espaço para falsas morais ou pessoas desajustadas, os dados estão lançados e a sedução dança a meu lado... viva a audacidade de quem deseja viver antes de desejar ter vivido...

...a arte negra espera por quem não teme viver... procura dentro de ti pois foi ai que eu a encontrei, numa reflexão sincera e honesta comigo mesmo, no mergulho das minhas profundezas...

domingo, fevereiro 11, 2007

Reflection

Hora de confrontar o espelho...

Aquele momento por que anseio vorazmente, sendo que tudo faço para reprimir tal voracidade.
Não há uma única célula neste cadáver que seja digna do nome "Eu"...

Vejo-me nu e amarrado, impotente perante o impiedavel tempo que teima em não abrandar, fazendo da minha vontade de melhorar e evoluir, um fumo cada vez mais efémero e disperso.

O vulto à minha frente não faz juz à escultura mental da qual fui o principal autor, sou apenas mais um pedaço de carne em decomposição... é apenas uma questão de tempo até que o odor desencadeie a repulsa...

Amanhã acordarei sozinho, num leito de madeira... num qualquer subsolo agreste e ao mesmo tempo misericordioso.

Porém o tempo é hoje, o agora, o instante que se sucede criando a ilusão de intemporalidade...

... oiço o alarme tocar e percebo que o meu tempo acabou... enquanto buscava a perfeição da minha criação, enquanto fugia do cadáver que me perseguía fui me afastando de mim... abandonei-me a mim próprio. Fui órfão... fui refém... fui aquilo que nunca quis ser...

o alarme toca outra vez como que a insistir que o meu tempo acabou...

houvesse amanhã e talvez eu ousa-se... viver... cortar-me e ver o sangue fluir...
saber que estava vivo...

O alarme irá tocar outra vez, mas já não estará ninguém para o ouvir...



"you dare to sight the blood stain?"

terça-feira, maio 09, 2006

Homo Superior

"... o despertar de uma nova espécie. O deslumbrar do futuro...




Eu!
Homo Superior, filho do abismo e da humanidade... a perfeição da essência e a essência da perfeição.

Livre da carne e livre de espírito... incapaz de amar, pois sou estéril de fraquezas.

Sou aquele que nada teme, pois nada tem a perder, nem a ganhar o limite da existência foi já atingido.

Eu sou aquele que tu nunca serás, nem sonharás... nasci para apagar a "humanidade" do seu significado...

Amanhã todo o livro será negro, negro carregado, tão carregado que nem mesmo os demónios se atreveriam a imagina-lo assim...

... o meu propósito é apenas o de redimir o mundo do seu pecado... a sua própria existência!

Hoje sou a unidade, mas amanhã haverá muitos mais... a semente espalhar-se há...

Mas não posso permitir que ela seja corrompida por vós, ou mesmo por eles...

Não!

Os indignos serão apagados, tal como o serão o céu e as trevas... pois eu sou livre de existir...

Curvem-se perante o primeiro de uma nova espécie... da única espécie: Contemplem Homo Superior!

Elevem-se!... Ou para sempre sejam esquecidos!"


Enjoy!

terça-feira, novembro 22, 2005

Objecto Sexual

Hoje acordo amarrado...
Amarrado a uma cama, alvo da luxúria alheia, amarras psicológicas que estrangulam os membros da minha existência e teimam em manter-me na agonizante situação de vulnerabilidade.
Como pode algo tão belo como a nudez, parecer tão sujo, porco e nojento?
Vejo os olhares de quem me devora a cada pestanejar e me possui a cada bafo.

...

Frio e esfomeado, sou vítima da contemplação alheia, eu que não passo de apenas mais um entre tantos outros. Queria entender... Queria que entendesses!

O medo de amanhã já cá não estar é tão grande como o de aqui continuar. O desinteresse de que serei alvo, assusta-me tanto como o interesse de que sou alvo neste momento.

...



Sem saber como, vejo me enjaulado num zoo erótico, criado à minha volta, sou um objecto, uma presa, um troféu. Sou um cadáver adiado, alguém que procria hoje para que amanhã alguém o possa fazer em seu nome e por si. E assim um ciclo se fecha mais uma vez...

Sou, és, somos...

Objectos... Sexuais!

quinta-feira, outubro 06, 2005

I'll See You In My Dreams

Há cheiro de sangue no ar. Fragância que nem a chuva arrasta.

O desespero tem o brilho, a dor, a energia...

Dou por mim de volta ao meu abrigo. Caio em linhas de introspecção negras.

Hoje é dia de exorcismo!!!

"...confesso! Tenho uma amante... não imaginas como ela é linda, só de olhar para ela, a dor que me atravessa a alma é tão grande que me apetece possui-la ali mesmo. Quero sentir o frio... da sua pele. Quero... quero-a...

...

...hoje percebi, que não mais posso esconder o meu adultério moral. Aqui estou para me penitenciar.

não me perguntes isso! Não queiras saber tal resposta...

Entendo a natureza humana como incompleta... um puzzle que a cada peça colocada revela duas em falta...

... quanto mais amo, mais preciso amar. E tu?

... sim eu sei! Mas pelo menos tenta entender... eu estou incompleto, fraco e não consigo resistir... ao pé dela eu sou insignificante... minúsculo, mesquinho, ridículo, mortal!

Queria poder resistir... ser forte, altruísta, coerente... mas não! Não consigo.

Porém nunca me sinto fraco, o meu patético orgulho... herança maldita da minha condição humana, teima em toldar-me a mente com sentimentos de invencibilidade...

Apenas a maldição de acreditar numa salvação me foi negada...

...sinto-me impotente, impaciente... eu sei que ela existe... porém não a alcanço...

Apenas os meus sonhos são palco dos mais eróticos pensamentos e perversões fetichistas... Apenas aí sou livre... apenas aí sou feliz.

Exorcizo assim hoje o pior dos meus demónios, a maior das minhas amantes, o meu fascínio existencial.

Sei que algures ela está à espreita e olha por mim...



A ti meu amor, a ti, eu vejo-te nos meus sonhos... frios e tão letais como tu!"

quarta-feira, junho 22, 2005

O Tempo Urge

Criado para nos lembrar da nossa condição de mortais... continua implacável e inabalavelmente perante a precária condição humana... como um tanque que esmaga o corpo do inimigo... essa crueldade só poderia encontrar criação demoníaca... ou teria sido Deus!? ... um Deus...

No entanto continuamos a submetermo-nos à sua crueldade e pactua-mos com a sua vontade... ele está em todo lado: no nosso pulso, na parede, ao lado do nosso leito...

Maquiavélica Geringonça...





Não se enganem... cada segundo que passa não voltará nunca mais atrás... cada instante em que trememos... está perdido para sempre!


Ele apenas serve para nos lembrar... Que o fim é inevitável...

O tempo urge, e ele está decidido em prova-lo a cada movimento perpétuo seu...

Vivemos olhando para ele e apreendo que o fim da linha está cada vez mais próximo...

Será mesmo necessária tal recordação permanente?

Para morrer basta estar vivo... mas é necessário viver?

Ainda aqui? Vai! Vive! ... o tempo urge...

sábado, junho 04, 2005

Mortal

Cada dia que passa estás mais proxima... Mas cada dia que és menos importante...

Cada momento que me alcança permite me deslocar na direção certa, aquela em que tu me tomas em teus braços...

Aquela... e só aquela em que te olho e desprezo, e tu me carregas pelas costas...

Traição? Não! "Modus Operandi"

A Ironia da tua beleza é so proporcional à da tua condição, e no entanto estás cada vez mais Insignificante.

Anseio...

Mas não por ti! ... por ela!

É ela que eu busco incessantemente e que apenas deslumbro a espaços.

Quem sabe se será hoje... ou quem sabe nunca será!? Contudo ...

Saio com a convicção...

Se eu não posso olhar-te nos olhos... também tu não serás capaz de mo fazer...

Triste a tua sina!

segunda-feira, abril 18, 2005

Revelação

Bem é Inverno e cá estamos nós de volta a este abrigo.
Se bem que desta vez é o Inverno me chama para aqui em vez de me empurrar...
Na verdade revelação seria o tema que me impeliu a pegar no teclado depois de um intervalo tão longo... (ou breve!?)
Eis a revelação que se esconde algures neste abrigo e cujo autor não vou revelar (não estou neste mundo para facilitar a vida a ninguém...):

"É assim, posso aqui revelar que tu és uma dessas pessoas... não te sei explicar... sinto-o... Tens uma luz interior muito grande...

Ela deseja-te sorte... e eu também... Que a sua força esteja contigo... eu sei que estará e tu também..."

Desde já obrigado pela expressão da tua opinião, contudo não me consigo render a ela...
Verás... a minha luz, como dizes, é tão grande como a escuridão na sombra, provocada por ela, quando a minha entidade se cruza no seu caminho...
... será tudo uma questão de equilíbrio... e consciência...

Porém fazes me questionar sobre aquilo que escrevi e sobre a tua reacção.

E gostei bastante do resultado, tanto que dei por mim a interrogar-me o que nos impede tantas vezes de valorizar-mos aquilo que temos ou somos, o que nos leva a fitar o lado negro da existência...!?

Está na nossa natureza...



E aqui começa um novo Post)

Dei por mim a pensar porque não fazer o mesmo pelas pessoas pelas quais sinto situações de certa forma semelhantes (ou então não... já veremos!)?

Aqui vai uma lista de Agradecimentos às pessoas que fazem de mim... EU!

Obrigado Akasha por me devolveres o prazer de dar Felicidade a alguém...
Obrigado Ana Vieira pela honra que me deste...
Obrigado André pela partilha...
Obrigado Anita pelo esforço Titânico em que te envolveste para atenuar a "nossa" a minha dor...
Obrigado Axe pela Honra que me deste quando a carregaste... e obrigado pelo Metal também...
Obrigado Sanja pela Admiração e pelo Orgulho que sinto por ti...
Mercy Christoph pela falta de tabus...
Obrigado Coelho pelo esforço e paciência...
Obrigado Cris pelo sorriso do Hugo...
Obrigado Flechas pelas lágrimas...
Obrigado Feliciano por ser os olhos da tua cara…
Obrigado Guelhas pelo aviso...
Obrigado Jay por seres o "Best" e por todos os momentos que passámos, ainda pela confiança... (foste tu o único que sempre acreditou...)
Obrigado João "Pintelho" por me desafiares em vários prazeres que partilhámos...
Obrigado Helena por me adorares tanto... (és realmente do meu sangue)
Obrigado Kika por me fazeres dar valor aos meus amigos...
Obrigado Lisboa por seres um amigo imparcial...
Obrigado Loiro por toda a dedicação, por Necrosophia , pelas horas de música e arte... (chega!? :P)
Obrigado Hugo "Mad Dog" por ver um amigo quando olho para ti, por aturares as minhas tripes musicais e não só...
Thank you Monika for showing always your love of older sister and concern…
Obrigado Madrinha por apareceres quando te chamo...
Obrigado Maria João por teres elevado a fasquia para todas as que se sigam...
Obrigado Mãe por todo o amor que apenas tu poderias sentir, por te teres aguentado tanto tempo apenas por mim...
Obrigado Nanda pelo prazer que é conversar...
Obrigado Paula por lhe mostrares que ele merece ser feliz (mais que qualquer outra pessoas que conheço)...
Obrigado Princesa pelas belas recordações...
Obrigado Puto pela confiança...
Obrigado Quico pela Herança (sem qualquer sentido humorístico), sem duvida a pessoa que mais admiro e que mais me admira...
Gracias Rebeca por nuestra intimidad sin limites...
Obrigado Red Bolt pela sinceridade, pelas longas horas de lazer...
Obrigado Barbara Pela Moon...
Obrigado Santa por seres o Padrinho da minha menina...
Obrigado Sensei por não te esqueceres de mim...
Obrigado Vera "Pekenuska" pela relação incestuosa, pelo avontade e por me perdoares...
Obrigado Vitor pela amizade, confiança, por ser um motivo de admiração...
Obrigado Zeus por entrares na Família... por a teres adoptado e por seres um Irmão... ( A sorte sorri aos Audazes...) , (Are you alive or just Breathing)
Obrigado Zorro por seres um dos da minha Família (essa que se escreve com sentimentos e não com sangue)...
Obrigado Luis "Deadmorbid" por me fazeres sentir que há mais como eu... (quem sabe se serei mesmo filho único?...)

Estas são apenas algumas razões que tenho para vos agradecer...
Seria impossível referir todos aqueles, a quem tenho a agradecer... estas são as minhas "Palavras que nunca te direi...". Estão sem duvida incompletas. E poderão ser incompreensíveis para os próprios, mas principalmente para os que as lerem...

You Think you know me?!? think again...

Por fim Obrigado a todos aqueles que me deram algo de bom... (são vocês que me fazem adorar viver...)
Obrigado a todos aqueles que persistem em magoar-me e deitar me ao chão... (as feridas curam e eu levanto-me, no fim estou mais forte e preparado...)

Talvez seja por isso que sou Ateu, porque como diria o meu Quico... "eu ganho sempre"...
E quando a ultima linha for escrita sei que terá acabado um bom livro, que não pode ser lido outra vez, mas que valeu a pena ler, e que apreciei cada palavra e acentuação ao máximo....

Mas isso ficará para mais tarde...

sábado, março 12, 2005

NecroSophia

É com tristeza que retorno aos teus braços, esses que me abraçam e servem de refúgio.
Adoro beijar esses lábios, pois eles recusam trair os meus pensamentos e expor a minha verdade. És tu a única que não me julga, aquela que não me tenta interpretar (e consequentemente nunca me interpreta mal), julgar ou aconselhar.
Adoro a tua inigualável e inabalável capacidade de me ouvir, contigo posso partilhar tudo, contigo arejo a alma e contigo a purifico.
A força que me cresce dentro, quando me ligo a ti é tal, que arrisco que te tornes um subtil veneno que me entorpece a dor.

Alguém disse "quanto mais conheço os homens mais gosto dos cães"... pois bem quanto mais conheço os homens mais vontade tenho de estar sozinho, é com tristeza que vejo que os jogadores de qualidade do jogo que é a minha vida, são cada vez menores... talvez assim tenha sido sempre, só que eu agora vejo-o.
Esse repúdio que sinto pela mente humana é tal que não consigo entender como sou um deles...
Pois bem quanto mais essa repulsa cresce, mais eu me vejo impelido na tua direcção, de volta para os teus braços.
Hoje diagnostico que a minha raça tem severos problemas psicológicos:
Egocentrismo, estupidez, apatia, mas o pior de todos e o que me perturba real emente é a Hipocrisia.
A sinceridade não consta no livro de boas maneiras... é este o mundo que me espera lá fora.

Deseja me sorte.

A Maldição

Para todos aqueles que temem a Morte...

Estás vivo!!!

Peço desculpa pela má noticia...

Think About It!

domingo, fevereiro 13, 2005

O Desafio...

A minha vida é um Jogo!
Sim! ... um jogo.
... e como eu sei que não posso vencer o campeonato da vida... pois esse já tem uma "vencedora" anunciada... posso sim enriquecer o meu palmarés emocional com o máximo de vitórias possiveis... pelo menos é esse o meu objectivo...

A Felicidade absoluta poderá ser inacessível e inalcançavél, porém este pensamento é já por si um inibidor dessa felicidade e pensar assim apenas poderá levar a um estado emocional depressivo e extremamente triste... "Não! Não vou por aí! Vou por onde me levam os meus próprios passos..." .

E nexta existência em que decidimos, ou alguém terá decidio chamar vida ... pelo menos na minha ... sou eu quem escolhe as regras com que quer jogar, e os intervenientes que deixarei dela participarem...

... muitos se recusarão a jogar perante essas regras... outros tentarão a toda a força entrar no jogo ou destruí-lo...



Como disse, no meu jogo eu sou o "Man Of The Match", mas também o Árbitro... e o meu jogo não tem de ser necessáriamente diferente ou imcompativél com o teu...

... isso já será decisão tua...

Sei que ela vem por mim... sei que não quero estátuas a minha pessoa... quero sim ser relembrado ou pelo menos pensar que serei relembrado como: O Jogador. Aquele que viu a vida como algo de que vale a pena viver e com quem vale a pena jogar... aquele que não se remeteu a assitir ao jogo na bancada mas sim que decidiu ser o capitão de equipa do seu destino...

Chamem me o que quiserem, apenas as pesssoas que me desafiam me seduzem ... bom ou mau... isso são critérios que não me interessam julgar... e com os quais não me importam o julgamento...

Viverás tu o teu desafio... ?

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

O Mesmo Trilho

Quem és tu?

De onde vens, e para onde vais?

...


E porquê te segue ela?

Que sombra tão estranha diria eu!

No entanto, como que amigos inseparáveis ela vai por onde tu precedes...

...

Até que um dia ... o vosso destino se encontre...

Ou será ... até que ela seja o teu destino?



Mas não o é já?

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Liberdade e Morte

Eis que o livro se abre, e mais uma alma entra naquilo que chamámos de existir...
Mais uma alma condenada aos moldes atrozes que a maquinaria pesada da sociedade lhe embosca. E mesmo que sem entender bem porquê a mesma se sente impelida a prosseguir o seu fado sem saber o que esperar ou que pensar...
Por vezes "ela" parece a solução mais fácil, mas aquela que alguns chamam de “thanatos” é apontada como sendo amiga de loucos e cobardes, e por isso a solução de um amigo ou uma entidade paternal imaginária que muitos nomeariam de divindade, acaba por ser o fio condutor de uma energia corrosiva das suas próprias entranhas.



Talvez por isso aquele que decide assinar o seu próprio livro no lugar de autor seja olhado com tanto desdém, incerteza e receio.
A sociedade teme aquilo que não compreende e logo se apressa a elaborar complexas teorias e justificações capazes de destruir qualquer ameaça à sua débil e delicada existência injuriosa.

Tudo o que o sistema não consegue dominar tem apenas dois fins: ou é exterminado ou assimilado. É neste temor mental que se faz o controle dos rebanhos sociais.
O "Matrix" não parece um conceito tão distante quando pensámos nas nossas democracias orientadas e nas religiões restritivas que ameaçam a nossa existência pura e simples...

A timidez não é um medo é apenas um escudo contra a repressão mental que a sociedade exerce sobre todas as nossas liberdades...
A educação nada mais é que a clonagem dos conceitos dos progenitores para as suas crias, onde não há lugar para "unidades defeituosas"...

Neste mundo... nesse mundo... naquele ou em qualquer outro... a liberdade e a morte interceptam-se e interagem atingindo formas que nos iludem na ideia de serem uma só...

Porém algo é certo ambas não passam de um estado mental que apenas alguns conseguem sentir .... ou ser...

... sou.


Este é o meu mundo. Não é o teu! Nem o dele... aquele que te precede ou antecede...

No meu mundo tu não existes! Os teus conceitos, os teus julgamentos ou mesmo os teus conselhos não passam de mais uma fantasia... outra ficção que não a minha.

O convite ao testemunho existe, e por ele espero com ansiedade... é sempre bom visitar novos locais...

Porém aqui não existe espaço para os Juízes, os Psicólogos ou os Exploradores que sentem reconhecer a paisagem... para esses existe uma taça com rebuçados de Fel à porta...

Bom Proveito

domingo, janeiro 09, 2005

Diagnóstico

Diagnóstico: TEM 24 HORAS DE VIDA. SINTO MUITO, FIZEMOS TUDO AO NOSSO ALCANCE. BOM DIA...



Ponham-se na pele do paciente... conseguem sentir!??? tudo é diferente quando somos reduzidos à condição de meros mortais... de maquinas químico-biológicas em busca da sua "verdadeira função"... não é?
Andamos tão abstraídos da nossa condição ... que quando a realidade nos bate à porta fingimos com cinismo que não está ninguém em casa... Estará mesmo alguém? Quém? O "filho" da nossa imaginação? Esse bastardo que só serve para aceitar-mos a punhalada nas costas com mais tranquilidade... ( ) ... cruel...


Já repararam o quão curta a vida nos parece quando a olhámos em retrospectiva...?
E de quem será a culpa? Quem desperdiça constantemente os "preciosos" segundos da nossa vida (esses malvados que correm com uma pressa inabalável) com incansável persistência...?
Que outro réu senão nós próprios... ?

Já alguma vez se iluminaram com a ideia de que projectámos mais a nossa vida, do que a vivemos? Será justo pensar que somos o Arquitecto da nossa vida e não o inquilino... que nela habita!? Outros preferirão também culpar certas criaturas divinas da má Arquitectura que lhes foi designada... (velhos e maus hábitos diria...)

Se fossemos arrebatados pela notícia. de que só viveríamos 10 anos que fariam ou pensariam....!?

... e se fosse 1 ano (apenas 365 dias...) e se fosse uma semana ou mesmo um dia...?

Admirados com as vossas respostas? Eu de certo que fico com as minhas... porém uma conclusão teima em se esconder no horizonte intelectual que a minha mente desenha...
Um vulto da mesma faz me sentir que a minha vida sofreria algumas modificações drásticas e e outras coisas se levantariam ainda mais para permanecerem inabaláveis... (como se de um motivo de orgulho se tratassem).

Porquê um condicionamento tão atroz da nossa vida por parte da "questão" tempo?

Somos realmente tão diferentes daquilo que desejámos para nós próprios.... ?!?

Na minha busca incessante por respostas às questões que sei impossíveis de esclarecer uma ideia me retém o pensamento: CADA SEGUNDO É UMA DÁDIVA ... UMA OPORTUNIDADE ÚNICA DE NOS REALIZARMOS AINDA MAIS... USA-O COMO SE DO ÚLTIMO SE TRATASSE...

Claro que reflexão é pessoal e inconclusiva e os limites da sua praticabilidade permanecem por se mostrarem esclarecidos, porém... talvez.... talvez .... mereça um e apenas um segundo da vossa atenção...

Porque quando ela chegar sentirei que todos eles foram escassos.... Afortunados dos que a esperam com ansiedade e um sorriso nos lábios...

terça-feira, dezembro 28, 2004

Zombies

Se a vida são dois dias...

Estás meio vivo ou meio morto... ?!?

Welcome to my world...

sexta-feira, dezembro 24, 2004

Mind Vs Mind = Twin Souls

A dissertação sobre a hipotética existência ou não de almas gémeas poderia ser longa e inconclusiva.
Porém isso é um tópico que não importa agora abordar... a existência de pensamentos iguais ou semelhantes... não pode ser provada... nao existem duas entidades iguais... nem duas personalidades... contudo a Humanidade terá de algo em comum! ou não!...

Em jeito de comentário ao Blog de uma pessoa muita querida e próxima... tive a percepção... a minha pelo menos, de que sobre tópicos iguais tínhamos ideias iguais... apenas a forma de expressão era diferente... porém tão igual...

O post chama-se Mundinho e pode ser encontrado no Blog Duath... Adicionado nos Links deste Blog. Em jeito de comentário criei um cocktail dactilográfico com um post meu intitulado The Ransack e com o Post Mundinho... o resultado:



- ... serás tu capaz de compreender o que nos move, agita, revolta, ou mesmo o que nos passa completamente ao lado?

- Mundinho de falsidade e dissimulação este em que vivemos. Como odeio todo o ambiente que me rodeia. A falsidade das pessoas circundantes, os seus sorrisos arrogantes, os seus olhares desdenhosos, os seus comentários irónicos...

- Partilharás tu da mesma visão caótica que dia após dia teima em infectar-nos a mente, com uma realidade de tal forma cruel, que muitos preferem não a ver...

- "Nenhum espelho reflecte melhor o homem do que as suas palavras"

- ... então os nossos ideais, os nossos valores, a nossa humilde e parcial percepção de uma dimensão que muitos teimam em chamar realidade, poderá não ter para ti qualquer significado ou valor...

- Chega uma altura em que nos apercebemos do verdadeiro carácter das pessoas.

- .. a intenção nunca foi moldar outros, mas sim a nós mesmos, tentar encaixar num mundo que não o nosso, mas isso não é possível... ...condenados a ser diferentes...

- Lamento imenso mas é mesmo assim, não consigo sentir as coisas de outra forma.

- .. da compreensão nasce a liberdade, a liberdade que nos prende a um mundo diferente, um mundo mágico onde a expressão do indivíduo não está condicionada por nenhum tipo de movimento...

- Não quero convencer o mundo de nada nem causar problemas a ninguém

- ... e como que em perpétua expressão, uma força interior grita de uma forma negra, fria, negativa, cruel... mas satisfatória...

- I've had enough.

- ... este é o nosso abrigo... fuga... esta é também a nossa paixão..

- "Words, very often, are made of what we mean."

Obrigado Vera por seres quem és ...

Muah Pekenusca

quarta-feira, dezembro 01, 2004

As Ultimas Palavras...


Estou cansado demais de lutar contra o inevitável...
Porquê adiar o que não pode ser adiado..?
Porquê não enfrentar já o destino que todos tememos... e ansiamos... ?


Estas podiam ser as ultimas palavras de alguém decidido a por termo a sua própria existência ...

E há algum tempo atrás elas seriam causadoras da libertação de uma raiva negra e profunda no meu interior emocional...
Contudo algumas situações deram me que pensar:

Será uma pessoa capaz de por cobro à sua própria vida de ânimo leve?

Apenas me ocorrem três possibilidades:

Doença psíquica, desespero extremo, ou algum tipo de crença religiosa.

Poderemos compreender os motivos quem têm questões clínicas por trás de tal acção..?
...ou cada caso será um caso....!?

Seremos capazes de entender o que leva alguém a "sacrificar" se a si próprio por uma questão moral ou religiosa...?
Será censurável a decisão de alguém em por aquilo que acha de mais sagrado acima de si próprio ou mesmo dos outros...?

E estará ao nosso alcance aceitar que uma vitima do desespero extremo acabe com a sua vida..?
esta situação torna se ainda mais complicada se a mesma pessoa nos for próxima...
Não será um acto de egoísmo pedir a alguém que não encontra mais razão para viver, que viva por nós ou para nós..? afinal se fossemos motivo suficiente essa pessoa tomaria essa decisão?

Obviamente muitos vezes o desespero será temporário e poderá ser ultrapassado com apoio psicológico, afinal muitas vitimas de suicídio estarão apenas a "gritar" "ajuda-me"...
ou será possível que alguém que se pretende matar não de o faça de forma instantânea e sem prévio aviso... em deterimento de uma forma prolongada e com possibilidade de intervenção de terceiros e muitas vezes ainda acompanhada de carta...

Ainda dentro destas questões poderíamos incluir o tema da Eutanásia em que pessoas que têm pelo fim da sua qualidade de vida ou de plena consciência preferem antecipar o seu fim por alguns breves ou não .... instantes para reduzir o seu sofrimento ... e o dos seus...



Sabendo que toquei em feridas muito abertas da sociedade e em temas "escaldantes", queria apenas deixar algumas questões que ainda me acompanham sobre esta questão...

Não será que a solução de muitos casos passa pela prevenção através da compreensão em vez da censura (pensem MUITO nisto...)

e por fim mas não menos extremamente importante...


Se a vida é um direito nosso, a nossa morte não o será também...?



domingo, outubro 17, 2004

Lágrimas e Aprendizagem

Quando algo de inesperado ocorre na nossa vida, e com ele vem o sofrimento...

O que fazemos nós?...

Uns dirão que tiram as suas conclusões da situação e seguem em frente...
.... outros, que vivem numa perpétua reflexão de todas as suas experiências, tentado perceber o que provocou tal sofrimento e evitar que este se repita...

Pois bem... ele volta sempre!!!

De uma forma ou de outra ele volta sempre...

Mas qual será a pior dor?

A fisica ou a mental???

...

A dor física estará sempre em constante repetição ao longo da nossa vida...
Mas terá de ser assim com a nossa dor mental???
Não seremos nós capazes de ultrapassar o nosso sofrimento psíquico e afastar os fantasmas que nos assombram a alma?
Será que o sofrimento Mental não existe apenas na condição Humana (ou se preferirem na condição de ser Racional)??
Se tivermos a Inteligência Emocional suficiente não será possivel controlar esse sofrimento e atenuá-lo até a extinção?
Porém a imagem do "homem forte" não será a melhor solução...
Manter o sofrimento dentro de nós sem o deixar transparecer aos outros parece uma solução viável?
Talvez a melhor solução seja a de tentar compreender o porquê de sofrer-mos com esta ou aquela situação e tentar lidar com ela da melhor forma possivel... tentanto mostrar ao nosso Intelecto que só existe dor se nós pensarmos desta ou daquela forma...
Não será a abordagem que temos dos temas, que nos fazem sofrer???
Por exemplo em algumas tribos do Continente Asiático, a Morte dos entes queridos é celebrada, visto que eles acreditam que os seus entes queridos vão para um Lugar melhor e assim sendo há que celebrar e ficar contente por eles... Também os corpos são queimados e reduzidos a cinzas que depois são espalhadas pela natureza para que esse ente querido possa descansar em paz e para que o seu corpo volte de novo ao sitio de onde veio...

As crenças sobre este tema por cá não são muito diferentes... porém as pessoas teimam em viver um drama quando a dita "tragédia" se abate sobre a vida delas...
Não é isto uma contradição?
Como é possivél que alguem que acredita que o seu ente querido rumou à felicidade eterna possa entrar em depressão e tentar por vezes o suícidio por nao aguentar tal "sofrimento"...?

Não será que o sofrimento psíquico reside apenas na abordagem que temos dos temas?
Poderia alargar-me em inumeros exemplos que reflectem o que quero dizer tal como a "traição amorosa" , " a perda da virgidande", "a morte"... mas penso que ja demonstrei o meu ponto de vista!




Entrando agora num campo mais pessoal... :

Fez ontem 3 meses de que recebi a Noticia da Morte da minha Mãe.

Hoje essa mesma noticia continua tão irreal como nesse dia... porém desde a altura que vi o cadáver que sei que é Real. Nesse momento todas as esperanças de que tal coisa não fosse verdade se desvaneceram...

A situação complica-se ainda mais por as minhas crenças religiosas serem... nenhumas... abosolutamente!

Sei porém que ela existe dentro de mim na minha memória e no meu sangue e que o nosso Amor não depende da Imortalidade de nenhuma das partes...

Tentar perceber o porquê do Inevitavél ou culpabilizar algo ou alguém só serviria para alimentar o meu sofrimento... sofrimento esse que quero e vou extinguindo... aos poucos!

...

Dizem que os homens nao choram...
Não???

Eu... Sim!!!

Foi com a água das minhas lágrimas que extingui essa dor...

Não entendo até hoje o porquê de teimar em manter o sofrimento dentro de nós em vez de o Libertar... !?



Dedicado a memória de Irene Deolinda Araújo (1955-2004)
Amo te!!!

quinta-feira, setembro 23, 2004

Olhos nos Olhos

Porquê tanto medo de olhar as pessoas nos olhos???
Será que temos medo de mostrar o que nos vai na alma? Ou por ventura teremos medo de ver o verdadeiro "eu" da outra pessoa, e verificar que a mesma não é nem nunca foi aquilo que vimos mas sim uma entidade própria, da qual nunca teremos a perfeita e completa coompreensão...



O desafio aumenta se em vez de olhar outra pessoa, nos puser-mos em frente ao espelho...
O que vemos quando nos olhámos olhos nos olhos ao espelho???
Somos capazes de ver o que sentimos? Seremos capazes de ver o nosso verdadeiro eu, ou apenas vemos aquilo que gostávamos que os outros vissem em nós, aquilo que gostaríamos de ser...?

Será que a vida que levámos é mesmo real? Ou vivemos num filme realizado pela nossa imaginação e que tem por cenário o nosso meio ambiente?

Mas para ser real tudo aquilo que pensamos ser verdade teria de o ser... e como sabemos isso nao acontece, há sempre algo que nos escapa e nos ultrapassa, sem que possámos sequer compreender...

Mas será possivel que toda a nossa vida seja fruto da nossa imaginação? Será possivel que a nossa vida só exista dentro da nossa mente??
Isso encerrar-nos ia dentro de nós mesmos...
E então no momento da nossa morte, desaparecería-mos em absoluto!!!
Restando apenas fragmentos de nós próprios nas mentes das outras pessoas, distorcidas pela sua visão de nós...
Mas o nosso "eu" a nossa essência estaria de facto perdida irremediavelmente...
Aquilo que fomos e sentimos ja não mais existiria...

Mas quem sabe???

quinta-feira, agosto 05, 2004

Sentido Existencial

Pergunto a mim mesmo…
Que sentido?
Mas deveria fazer sentido?
Será justo exigir que tudo seja lógico e corra como planeámos?
Porque deve a nossa existência ser um reflexo do nosso imaginário?
No entanto a dura realidade de que isso não é verdade perturba-nos.
Faz-nos sentir pequenos, vulneráveis e impotentes!
Enterra-nos até ao limite dos nossos medos…
Cada um procura a sua solução, a sua fuga…
Uns entregam-se a Religião, outros a obra da sua vida, outros ainda a procura do Amor…
E é nesse ponto que me encontro agora.
Pleno de dúvidas que assombra o meu coração e a minha existência…
As necessidades de fazer parte de alguém, de ter a felicidade de descobrir o que é o Amor… estão inerentes, senão à nossa existência pelo menos à minha…
Porém acho incrível que eu próprio consiga pensar que isso é de facto possível…
Que força nos impulsiona a entregar-nos a uma pessoa e a tirar todos os nossos escudos e máscaras, se sabemos que a qualquer momento podemos sofrer o maior desgosto possível…?
Que sentido?
Haverá alguma lógica?
Esta natureza humana que nos torna tão passíveis de amar e de odiar, de criar e de destruir é de tal forma uma antítese, ou melhor é a antítese na sua plenitude de significado.
Que criatura consegue confundir de tal forma os sentimentos como nós…?
Baralhá-los como o melhor dos ilusionistas…
Será que a tristeza apenas existe para que o sentimento de felicidade que se lhe segue seja ainda maior? Ou será a felicidade que deve a sua existência a um sentimento de tristeza posterior…?
Sinto me como se a minha realidade não pudesse ter sido transformada em algo mais falso pelas pessoas que amo. No entanto é com elas que sinto vontade de estar…
O que chamar a isto?
Esperança? Aquela que é verde e a ultima a morrer?
A fé? Essa grande força, que me é incompreensível, mas que na realidade faz girar o mundo…



Mais uma vez me encontro rodeado de questões, mas abandonado pelas respostas…
Quando tudo está bem sentimo-nos invulneráveis e cheios de energia e poder, como se não houvesse nada que nos pudesse atingir, no entanto basta que uma pequena peça da nossa estrutura emocional se quebre ou nos falte, para que todos desmoronemos na realidade da escuridão emocional…
A vida é feita de dias bons e dias maus…
Talvez armazenando o que os dias bons nos trazem consigamos o equilíbrio nos maus…
Será que isto faz sentido?
Resta me continuar a minha existência e constante busca de respostas, pois acredito que apenas o conhecimento me possa esclarecer!
No entanto o conhecimento cada vez me turva mais a visão e me perturba, atingindo me com duvidas que me remetem para o estado impotente da condição humana…
Apenas a solidão me inflama a existência…

sábado, julho 31, 2004

The Ransack

...serás tu capaz de compreender o que nos move, agita, revolta, ou mesmo o que nos passa completamente ao lado?
Partilharás tu da mesma visão caótica que dia após dia teima em infectar-nos a mente, com uma realidade de tal forma cruel, que muitos preferem não a ver...

... então os nossos ideais, os nossos valores, a nossa humilde e parcial percepção de uma dimensão que muitos teimam em chamar realidade, poderão não ter para ti qualquer significado ou valor...

... a intenção nunca foi moldar outros, mas sim a nós mesmos, tentar encaixar num mundo que não o nosso, mas isso não é possível... condenados a ser diferentes...
...da compreensão nasce a liberdade, a liberdade que nos prende a um mundo diferente, um mundo mágico onde a expressão do indivíduo não está condicionada por nenhum tipo de movimento...


...e como que em perpétua expressão, uma força interior grita de uma forma negra, fria, negativa, cruel... mas satisfatória...

... este é o nosso abrigo... fuga...esta é também a nossa paixão... The Ransack!

Morte a Essência do Ser

Calma, frio, escuridão.
Uma caverna onde o meu espírito se esconde.
A minha mente nao está alcoolizada, mas sim o meu espírito, a minha alma. E não é hoje, já vem de algum tempo.
Mas de certa forma será que a sobriedade mental existe? Será ela possível? Ou para isso criamos os ídolos. E os deuses. Para lançarmos neles todos os nossos ideiais inalcançanveis, de modo que julgamos que adorá-los é a unica forma de atingir a felicidade.
Mas não estaremos então a aprisionar-nos? A prender o nosso espírito com amarras que vêm das profundezas do ser humano!
Tou parvo!
Mas isso não é um reflexo de mim nas outras pessoas?
Se eu fosse um eremita considerar-me ia parvo?
Quem seria o modelo para comparação? Nao seria isso considera-me de alguma forma inferior?
Mas isso não é falta de auto estima?
Guardo estes pensamentos no cofre do meu eu. Do qual so eu tenho a chave. Esse meu interior inantigível, que tantas vezes é desejável!
E que porém se esconde como que com medo, como uma criança que teme o escuro.
Contudo o escuro apenas esconde a realidade cruel da vida e suprime os nossos sentidos para tal.
Mesmo assim desejamos ver tudo aquilo que é negativo, porém ignorámos e fazemos por esquecer aquilo que vemos.
É o contra-senso da vida humana.
A construção da deconstrução.
Imagina que consomes qualquer tipo de droga! Seja ela qual for... Não é o mesmo que apagar a luz? Apagar a luz da mente.
Dessa forma suprimes os teus sentidos para atingires outra realidade.
Mas essa realidade é falsa e só existe em ti!
... porém o que é mais real do que o que existe em ti? O que é mais forte?
A tua percepção sensorial ou a tua racionalidade?
Embora a resposta seja apetitosa, os nossos sentidos levam a avante e acabam por conquistar as soluções das nossas vidas.
Preferímos confiar neles do que pensar?
Eu nao penso!
Os meus sentidos fazem no por mim. Se eu pensa-se existia, e então eu apercebia me disso.
Porémsó sei que existo porque tenho esses sentidos!
Sem eles será que eu me considerava vivo?
Se perdesse todos os sentidos de repente considerar me ia vivo?
Ou passava a um qualquer estado de metamorfose em que a alma seria a definição mais próxima.
Porem Platao diz que a alma habita em vários estados metafísicos e que passa por várias fases.
E esse estado seria completamente livre, fugindo a definição.
Então a morte surge como alternativa a resposta.
Mas sendo assim seria a morte tão má? Como poderia a morte ser assim?
Se me apercebo dos meus pensamentos ainda que suprimido dos sentidos?
E como seria tar assim indefinidamente sem limite temporal?
Seria a morte a definição certa?
Ou como diria Erasmo esta felicidade seria a loucura. Aqueles que pensam de forma diferente e têm a percepção de um mundo diferente... esses loucos sim são felizes!

Mas serão felizes?
Que felicidade ha em ser o unico a comtemplar...?
Sem ninguem para partilhar...
Sem ninguem para testemunhar aquilo que sentimos...
No fundo sem ninguem a atestar a nossa existência será que conseguimos senti-la nos mesmos?
Ou aí nasce a nossa procura incessante, da humanidade, por se concentrar, reproduzir,casar e prosperar.
Mesmo quando morremos alguém atesta a nossa existência, e escreve sobre ela.
Humor negro? Homenagem? Medo do desconhecido?
Afinal não foi para isso que criamos os deuses?
Não foi para isso que Osíris foi criado? Para fazer os mortos renascer ao nascer do sol, ou os cristãos que esperam pelo seu deus e o ultimo julgamento em que todos ressuscitam...
Porquê acreditar que vivemos depois da morte se passamos a vida a pensar em como será a morte?
Que faríamos depois?
Relembrar a vida?
O meu espírito permanece neste angústia de se sentir organico e mortal, limitado e ilimitado.
Somos tristes ou felizes?
Somos...
Somos algo?
... mas o que?
Que somos nos que não tenha sido definido por nós mesmos, criado pela nossa cultura
e inteligencia?
Inteligencia essa que nao é sinónimo de qualidade, mas sim de limitação!
Limitação que nos inibe de nos ver-mos a nós mesmos nús e descomprometidos.
Sem escudos de ideais e religiões!
Não apenas nós mesmos na pura essência do ser em que todos vivemos...
... mas de forma diferente e em mundos próprios.
Nunca ninguém verá o meu mundo como eu.
Nunca niguém conhecerá os meus pensamentos e terá a compreensão que eu tenho dos mesmos.
Entao pela cultura vingente estou já morto! Esquecido dentro de um organismo.
Ou será por descobrir? Perdido na esperança de ser encontrado nom meio do deserto da inexistência e da perpetuidade.
No fundo o meu eu está mais morto que qualquer outra coisa, pois ele habita em nenhures e nunca poderá ser encontrado, descoberto, ou contemplado.
Apenas os seus ecos podem ser ouvidos, mas nunca entendidos, cada eu tem a sua maneira de assimilação e e torna esses ecos parte de si mesmo.
Como que num acto canibal engole tudo o que lhe chega e transforma-o em partes de si mesmo, como que criando a originalidade.
Essa coisa tao cobiçada que não passa de um ideal inantigível.
Nos nossos limites humanos estamos sozinhos no meio da multidão e perdidos dentro de nós mesmos. Sós e esquecidos.
Tens noção de que não falo contigo mas sim comigo!
Tento libertar ecos de mim mesmo na esperança de ser recebido. Mas não devorado pelo apetite voraz da curiosidade e da compreensão.
...

Será a vida uma dádiva, uma maldição, um estado passageiro de maturamento e reflexão?
Ou apenas o nada...
Um acidente Químico, Físico que gera ligação de partículas na qual um elaborado laboratório
funciona por padrões aleatórios e incompreensíveis.